terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Bíblia e o homossexualismo



A BÍBLIA E O HOMOSSEXUALISMO.

O Antigo Testamento (AT) fornece a base de qualquer consideração verdadeiramente teológica sobre a questão do homossexualismo. O ponto de partida de tal investigação é o fato de AT declarar, antes e depois da queda do homem, que este é feito à imagem de Deus. As várias diretrizes que o AT apresenta quanto à conduta sexual do homem são baseadas nessa pressuposição, e representam não a vontade despótica de Deus estraga-prazeres, mas a advertência amorosa de um Deus que informa como preservar o privilégio de sermos, na terra, reflexos d’Ele em nosso caráter e em nossos relacionamentos.
Os homossexuais estão certos em afirmar que sua “opção” sexual não é o único desvio condenado pelas Escrituras. Deixam porém, de enfatizar a realidade de como tal “opção” viola a imagem de Deus. Para sermos honestos com eles, é significativo observar, antes de analisar o homossexualismo, como cada um desses desvios viola a imagem de Deus ou distorce o seu significado para o homem.
Fica claro que todas essas práticas são pecaminosas e condenadas por Deus. Todavia, não se deve concluir que tais desvios são iguais perante Deus em todo e qualquer sentido. O bom senso certamente nos trará maior condenação e repousa pelo incesto do que pela fornicação.
Em Levítico 18:22 e 20:13, vemos nestes dois versículos, que são por assim dizer, comentários sobre o sétimo mandamento, diz o seguinte: “Com homem não te deitarás como se fosse mulher; é abominação”. (18:22). “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse uma mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles”. (20:13).
Além de condenar com pena de morte a prática do homossexualismo, o texto o considera uma abominação, termo que tem a idéia de provocar repulsa, ódio e rejeição. É muitas vezes aplicado as práticas detestadas por Deus como idolatria (Dt 7:25), bestialidade (Lv 18:26) e espiritismo (Dt 18:12).

O HOMOSSEXUALISMO PERANTE A CULTURA OCIDENTAL


Aparentemente não há quase nada com respeito à prática do homossexualismo nas grandes civilizações do crescente fértil. Tanto o Egito, como a Assíria e a Babilônia, incluindo sumérios e acadianos, deixaram muito pouca informação sobre o problema da homossexualidade nos tempos antigos. Isso parece sinalizar para a raridade de tais práticas nos primórdios da civilização. Todavia sabe-se, pelos menos, que egípcios e assírios proibiam a prática homossexual.
Os textos bíblicos do Antigo Testamento (AT), especialmente Gênesis 19 e a civilização greco-romana são as principais fontes da antiguidade.


O HOMOSSEXUALISMO NO PERÍODO INTERBÍBLICO
Em 334 a.C., Alexandre, o Grande, lançou-se a uma fulminante conquista do mundo.
Em tempo recorde extrapolou os lindes do mundo grego e, de cada povo, fez uma nação vassala. Eis o seu objetivo: helenizar a terra.
Sua campanha foi rápida; seus efeitos, porém, bastante duradouros. Ao morrer, aos 33 anos, deixou uma grande herança à humanidade: a cultura grega.
O legado grego, entretanto, não era apenas cultural, era também um legado de vícios e idolatria.
As nações curvaram-se ante a Grécia: adotaram-lhe a língua, a filosofia, os deuses, os costumes, etc.
Os judeus não continuaram fiéis à lei de Moisés.
Entre essas grosseiras heranças gregas, incluía-se  o cognominado amor grego: o homossexualismo. Essa epidemia espalhou-se por todos os países conquistados por Alexandre, o Grande. Em Judá, entretanto, ela seria veemente recusada, não obstante as violentas incursões de Antíoco Epifanes.
Ao assumir o poder, esse monarca investiu ferozmente contra a nação judaica. Seu objetivo: helenizá-la.
A maioria do povo continuou a observar os mandamentos divinos, ainda que lhe custasse a própria vida. Os aristocratas, entretanto, de uma forma geral, tornaram-se helenos no corpo e alma. No corpo, por desfazerem-se do sinal da circuncisão no corpo e na alma. Na alma, por não pensarem como hebreus. Judeus eram, mas sentiam-se gregos.
Nos ginásios construídos em Jerusalém, os sacerdotes, despidos, participavam de lascívias competições: a sua tônica era a torpeza. O amor dito socrático, na expressão de Voltaire, já havia contaminado boa parte do clero levítico.
Nesse tempo, o homossexualismo era não somente tolerado, como também aplaudido por essa vadia, inescrupulosa e concuspicente camada da sociedade judaica.
Sob o comando do bravo Judas Macabeu, os crentes revoltaram-se contra os opressores. Nessa luta, que se constitui em uma das páginas mais brilhantes da nação judaica, a progênie de Abraão triunfa uma vez mais. Os gregos foram expulsos, os infiéis punidos, os maus costumes erradicados.
Com o levante macabeu, em 167 a.C., o homossexualismo recebeu um de seus mais duros golpes.


A LEI DE MOISÉS E O HOMOSSEXUALISMO.


Certo dia, perguntou Jesus aos seus contendores: “Não tendes lido aquele que fez no princípio macho e fêmea os fez?” (Mt 19:4). Semelhantemente a pergunta poderia ser feita hoje aos apologetas do homossexualismo. Fizesse a homossexualidade parte da natureza humana, criaria o Senhor dois machos ou duas fêmeas. Mas assim não agiu o Criador. Caso contrário, a natureza não seria criação e sim uma obra bizarra.
No princípio Deus formou o homem para a mulher e a mulher para o homem. Ambos só se completam, porque são diferentes. Fossem iguais, estariam sempre a mirar-se no espelho da aberração. Mas porque eram semelhantes, nunca deixaram de olhar pelos vitrais do amor.
Explicitamente, ao exigir dos filhos de Israel: “Com homem não te deitarás como se fosse mulher: é abominação” (Lv 18:22).
Não desejava Deus, fosse a nação hebraica semelhante às gentílicas, onde a homossexualidade era não somente tolerada, mas até louvada. Mas qual é o fim dessas sociedades permissivas? Desapareceram: foram subvertidas em consequência de sua lassidão moral.
Com homem não te deitarás como se fosse mulher. Este Mandamento apesar de sua antiguidade, não perde jamais a sua contemporaneidade. Se o ensinássemos com diligência e constância, serviria de mais um alerta aos nossos meninos e jovens que ainda não contaminaram suas almas com tão abominável prática.
Uma descabida vergonha, todavia, impede-nos de comentar esses textos sagrados. Mas,  quando de sua promulgação, foram lidos para todo o Israel ouvir.
Tão severamente era o homossexualismo condenado em Israel, que nem mesmo a oferta dos efeminados e seus amantes podia ser trazida à Casa do Senhor: “Não trarás salário de prostituição nem preço de sodomita à Casa do Senhor teu Deus por qualquer voto; porque uma e outra coisa são igualmente abominável ao Senhor teu Deus” (Dt 23:18).
Não fosse esses mandamentos e a nação israelita não mais existiria. Seria semelhante a Sodoma e Gomorra: um abismo de morte.
Guiada pelos estatutos mosaicos, a nação israelita execrava as práticas homossexuais. No entanto, quando se afastavam-se do Senhor, os sodomitas começavam a aparecer, e a tolerância para esses indivíduos gerava as mais funéreas consequências.
No tempo da monarquia, eram cognominados de “rapazes escandalosos”. Os tais afrontavam a Lei, o Santo Templo e o próprio Deus; constituíam-se em um câncer maligno.
Todas as vezes porém, que a nação judaica aproximava-se do Senhor, eles eram severamente reprimidos.
Uma das primeiras iniciativas do piedoso rei Asa foi expulsar de Judá os homossexuais: “E Asa fez o que era reto aos olhos do Senhor como Davi seu pai. Porque tirou da terra os rapazes escandalosos”.
Mais tarde, o filho desse virtuoso monarca adotou a mesma medida: “E Josafá começou a reinar sobre Judá no quarto ano de Acabe, rei de Israel. E andou em todos os caminhos de seu pai Asa, não se desviou deles, fazendo o que era reto aos olhos do Senhor. Também desterrou da terra o resto dos rapazes escandalosos. (1 Rs 22).
Foi na civilização grega que o pecado de Sodoma se manifestou mais nitidamente. Tal herança histórica cognominou-o de “vício helênico”. Apesar da fama, parece que os gregos, de um modo geral, não a homossexualidade como virtude. Não havia uma prática do sexo pelo sexo. O código de Licurgo chegou a condenar a relação sexual entre homens com pena de morte. Os efeminados eram desprezados. O relacionamento íntimo entre dois homens adultos era mal visto. Todavia, não se pode ocultar a existência do homo-erotismo grego, que incluía relações sexuais que transformou tal prática até mesmo num ideal.
Especialmente em Creta e em Esparta (povos dóricos) manifestou-se um tipo de homossexualidade militar. Tal prática era ligada a bravura e a coragem, na mentalidade dos antigos helenos. Em Esparta, tornou-se lei, prescrita pelo governo; um rapaz sem amante era punido. A prática homossexual ainda tornou-se um ideal pedagógico, de modo que se falava da pederastia como educação. Para o homem grego, a educação residia essencialmente nas relações profundas entre o mestre e seu discípulo jovem, o que envolvia inclusive relacionamento sexual entre o mais velho e o mais jovem.
Nesse contexto, a pederastia chegou ainda em ser considerada a forma mais perfeita de educação.
Naturalmente tal postura alcançou os mais nobres membros da sociedade. Entre eles, o próprio Sólon, criador da Democracia de Atenas, mostrou-se apreciador de tais práticas. É bem possível que muitos gregos famosos na história estivessem incluídos em tal comportamento. A homossexualidade feminina teve sua representante grega na figura de Safo, a poetisa da ilha de Lesbos (séc. VII a.C.), que desenvolveu uma educação lésbica focalizando especialmente o aspecto artístico e corporal.
A Roma decadente mostrou uma imoralidade grosseira que não excluía o homossexualismo. Afrouxadas as rédeas morais dos tempos de Catão (234-149 a.C.), quando os papéis femininos e masculinos eram bem estabelecidos na sociedade, constatou-se os exemplos mais execríveis da história romana: Júlio César (101-44 a.C.) foi descrito como omnium virorum mulierem et omnium mulierum virum (mulher de todos os maridos e marido de todas as mulheres), a ele se juntam Antônio Domiciano, Nero, Tibério, Adriano, Heliogábalo e outros que se tornaram famosos nos escritos de Suetônio pela vida licenciosa que tiveram.


O HOMOSSEXUALISMO NA ÉPOCA MODERNA.


A grande  mudança com relação à tolerância para com o homossexualismo nos tempos modernos se deu em 1810, com a proclamação do Código de Napoleão, que permitia a prática homossexual entre dois adultos. Tal medida foi seguida por alguns estados alemães como a Bavária em 1813, ficando a Prússia como a principal resistência a tal descriminalização.
O fim do século XIX parece ter visto uma manifestação expressiva do homossexualismo. Nessa época o homossexualismo começa a ser visto mais como doença ou distúrbio, em função do advento da psicanálise e do desenvolvimento da medicina, do que como pecado ou problema ético. Em 1869, o médico húngaro Karoly Benkert, pioneiro dos direitos dos sodomitas, cunhou o termo homossexual.
Livros  da época comentam a questão e descrevem como eram frequentes os diversos tipos de depravação moral. A reação a tal postura foi vista nas eleições alemã (1871) e britânica (1865) que aumentaram a repressão à homossexualidade. Foi nessa época, 1897, que nasceu a primeira organização gay. A organização foi fundada em Berlim, que tinha uma vida homossexual intensa na época, por Magnus Hirschfeld, recebendo apoio de muitos alemães de classe alta. 
Hirschfeld fundou o que chamou de Comissão Científica Humanitária. Em 1919 fundou também o Instituto de Ciência Sexual que pretendia lidar com os problemas sexuais do ponto de vista científico, conforme se dizia. Nessa época proliferaram literatura, filmes do gênero e pontos de encontros de homossexuais.
Tendências semelhantes se verificaram especialmente na França e nos EUA nos anos 20. Nos EUA, as influências vindas da Alemanha foram percebidas pelos esforços de Emma Goldmam. Em 1933, com o advento do nazismo, o Instituto fundado por Hirschfeld foi destruído por causa de suas idéias e do anti-semitismo. Hirschfeld acabou refugiado na França. A Associação Internacional Gay, com sede em Dublin, foi chamada Centro Hirschfeld em homenagem ao referido pioneiro dos defensores gays. 


O NOVO TESTAMENTO


1 Coríntios 6:9 e 10, cronologicamente esta é a primeira referência de Paulo ao assunto de homossexualismo. O texto diz: “Ou não sabeis que impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de deus”.
Em Romanos 1:26 e 27, Paulo escreveu dizendo: “Por causa disso Deus os entregou às paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras contrária à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão”.
Na verdade Paulo não fala de um declínio individual de um grau de escuridão para outro inferior, mas do declínio de toda uma sociedade, embora, é claro, um indivíduo possa seguir o mesmo curso.
Como faz em outros assuntos, Paulo aqui identifica a ordem natural das coisas e diz que o pecado homossexual a viola. Ele não fala da violação do que poderia ter sido a natureza particular de um indivíduo. Identificar gaivotas que se acasalam com o mesmo sexo ou documentar que entre 2 e 4 por cento dos indivíduos de uma população são totalmente invertidos sexualmente não prova que essa é a ordem normal das coisas.
Pode bem ser evidências do contrário. Uma aberração não se constitui em algo natural simplesmente em virtude de sua existência.
Esclarecida a perspectiva paulina, vale ainda ressaltar a situação da homossexualidade no contexto do capítulo. Paulo apresenta a decadência espiritual do mundo gentio que é iniciada com a rejeição da revelação natural de Deus (Rm 1:19-21), a prática da idolatria (v23) e a imoralidade homossexual (vv 26-27). Dois elementos aqui merecem nossa atenção, conforme percebeu J.D.G. Dunn: (1) A imoralidade sexual é consequência da ira de Deus, (Käsemann); e (2) há uma relação nada acidental entre idolatria e imoralidade. A rejeição da revelação divina provoca maldição na cultura, levando-a a um processo de degeneração. A idolatria marca essa descida em direção aos caos, pervertendo a visão da realidade e da prática humana.
Em certo sentido, a adoração dos deuses criados pelo homem não passa  de uma adoração disfarçada e dissimulada do próprio homem, isto é, de si mesmo. Assim os deuses criados são feitos conforme anseios e desejos humanos (muitas vezes maus). Aparece aí a face narcisista da idolatria. Nasce um voltar-se para si como ponto de referência absoluta.
É mais do que evidente que o narcisismo egocêntrico é absolutamente compatível com o homossexualismo, onde não se ama o diferente, mas sim o semelhante. Não achamos espaço para sentirmos atraídos por aquilo que é distinto e complementar em relação à especialidade sexual. Ao contrário, a derivação homossexual da idolatria tem de fato a conotação do que poderíamos chamar de “o elogio do espelho!” Cremos que tais observações serão úteis para percepção da lógica interna existente entre esses elementos.
Embora Paulo nada soubesse da moderna distinção entre os “invertidos” (que tem predisposição homossexual) e os “pervertidos” (que embora heterossexualmente predispostos, envolvem-se em práticas homossexuais), é a estes últimos que está condenando, não aos primeiros. Isso deve ser assim, porque são descritos como pessoas que “abandonaram as relações naturais com as mulheres”, ao passo que nenhum homem exlusivamente homossexual as teria experimentado.


COMO A BÍBLIA ENCARA O PECADO?


A Bíblia encara o pecado como pecado, pois não passa de pecado. Tanto os profetas, como os apóstolos, não usaram de quaisquer eufemismos para atenuar-lhe o sentido.
Não disseram tratar-se de doença, porque as moléstias enfermam o corpo, mas não podem contagiar  a alma. Mas, se o pecado for doença, é lepra espiritual. 
Não disseram também, tratar-se de desvio psíquico, porque até mesmo os loucos podem atinar com as coisas de Deus. 
Mas se o pecado for desvio psíquico, é a mais incontrolável das demências.
Não disseram, de igual modo, tratar-se de uma infeliz opção, porque felicidade não é sinônimo de morte, e, sim de vida. Mas se o pecado for uma feliz opção, os salvos encontramo-nos à beira do abismo.
Não disseram igualmente, tratar-se de uma forma de vida, porque o homem não foi criado para pecar, mas acertar este alvo: viver.

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